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Esquizofrenia

Antes de falar sobre o conceito desse adoecimento é importante ressaltar que a psicose não é sinônimo de esquizofrenia (essas palavras carregam significados muito diferentes). Psicose é sintoma de esquizofrenia, mas não é exclusivo desta doença. Igual febre que é sintoma de diversas doenças.

Cabe ressaltar ainda que esquizofrenia não é maldição, não é “encosto” ou mal espiritual. Esquizofrenia é uma doença e deve ser tratada como doença e não com misticismo.

 
 
 

Esquizofrenia é uma doença mental complexa e intrigante, cujas causas não são ainda completamente conhecidas. Os sintomas mais clássicos são delírios e alucinações – a pessoa pode ouvir vozes (que ninguém mais escuta) ou ter visões bizarras , acreditar que os outros estão lendo seus pensamentos, controlando sua mente ou planejando algo para prejudicá-la. Tais sintomas podem levar a pessoa a ficar com muito medo e se retrair. Sua fala e seu comportamento podem, em alguns casos, ficar tão desorganizados que ela se torna incompreensível e desperta medo nos outros ao seu redor.

Os primeiros sinais da doença aparecem em geral sob a forma de mudanças do comportamento, que podem ser graduais ou repentinas. A pessoa pode se tornar progressivamente introspectiva e demostrar medo das pessoas (ou total indiferença) ou podem ter bruscas alterações que as pessoas geralmente chamam de “surto”. Lidar com os sintomas da doença pode ser particularmente difícil para os familiares que não entendem como a pessoa mudou de maneira tão radical o seu jeito de ser. A “psicose” ou “surto”, uma condição comum na Esquizofrenia, é um estado de alteração mental caracterizado pelas alucinações (distúrbios da percepção sensorial) e/ou delírios que são alterações do pensamento como crenças falsas, resultantes de uma impossibilidade da pessoa de distinguir experiências reais das imaginárias. Por exemplo, a pessoa vê uma folha cair e interpreta como sendo um sinal de Deus (ele pode inclusive ouvir a voz Dele) avisando que os vizinhos estão planejando contra ele, ou seja, não existe conexão lógica ente as ideias.

 

Sintomas menos evidentes, como isolamento e retraimento social podem retardar o diagnóstico. Algumas vezes fala ou comportamento estranhos ou desorganizados, podem preceder, acompanhar ou vir depois do aparecimento dos sintomas psicóticos. Os esquizofrênicos podem perceber a realidade de maneira muito diferente dos outros à sua volta. A experiência de sentir o mundo e os acontecimentos alterados, devido às alucinações e delírios, pode gerar medo, ansiedade e confusão. Em parte, devido a essas experiências incomuns, estas pessoas às vezes podem se comportar de maneira muito estranha. Podem, por exemplo, parecer distantes, alheias ou preocupadas. Podem ficar imóveis durante muito tempo sem proferir qualquer palavra. Em outros momentos podem andar de um lado para o outro parecendo preocupados, vigilantes, alertas e insones. Podem parar de comer por acreditarem que a comida está envenenada. Existem muitos sintomas diferentes.

Indivíduos com este diagnóstico frequentemente apresentam um afeto diminuído ou “achatado”. Isto se deve a uma severa redução da expressão emocional. Uma pessoa com Esquizofrenia pode não mostrar os sinais de uma emoção normal; pode falar com voz monótona, ter as expressões faciais diminuídas e parecer extremamente apática. A pessoa pode retrair-se socialmente, evitando contato com os outros e, quando forçada a interagir, pode não ter nada a dizer, mostrando um “pensamento empobrecido”. A motivação pode estar muito diminuída, da mesma maneira que o interesse e o prazer de viver. Em alguns casos graves, a pessoa pode passar dias inteiros sem fazer nada, chegando a negligenciar a higiene básica. Esses problemas com a expressão emocional e com a motivação, que podem ser extremamente perturbadores para a família e os amigos, são sintomas da esquizofrenia – e não um problema de caráter ou fraqueza pessoal.

Uma vez que a Esquizofrenia não é uma doença de fácil tratamento e suas causas não são ainda conhecidas, os métodos de tratamento atuais são baseados em pesquisas e experiência clínicas. Essas abordagens são escolhidas levando em conta a capacidade de reduzir os sintomas e diminuir as chances de retorno destes.

Cabe aqui um alerta importante: a melhor maneira de prevenir as consequências graves desta doença é o tratamento precoce. Repetindo: quanto menor for o tempo entre o surgimento de sintomas e a correta abordagem farmacológica, melhores serão as chances de o paciente preservar as funções cognitivas! Sim, existem neurônios morrendo durante os surtos psicóticos, ou seja, quanto mais tardar o tratamento, maiores serão as sequelas.

Os portadores desta doença podem melhorar muito dos sintomas com a medicação. Sem tratamento a evolução natural da doença leva a cronicidade (recaída crônica) que é marcada pelo domínio do que costumeiramente chamamos de sintomas negativos da esquizofrenia: o paciente tende a Isolar-se da família e dos amigos e evitar atividades sociais; apresenta dificuldade em sentir ou expressar emoções; mostra falta de energia e motivação; deixa de ter interesse nas atividades do dia a dia. Lembro de uma mãe que descreveu assim a situação do filho esquizofrênico cornificado: “Ele não quer estudar, nem trabalhar, nem namorar, não toma iniciativa para absolutamente nada, nem sair com os amigos que tinha, não tem planos para o futuro e não parece desejar nada.” Vejam o gráfico de nível de funcionamento. A linha azul representa o tratamento muito bem feito com remédios e terapia. A linha vermelha representa a evolução natural sem tratamento.

Realmente é uma doença triste e difícil mas existe um outro complicador que torna a vida do paciente incrivelmente mais difícil: O PRECONCEITO DAS PESSOAS! Existem tantos tabus nesta doença, as pessoas por vezes pensam que o paciente virou um monstro ou que encarnou o capeta. Nada disso é verdadeiro. Sabe aquele seu amigo, ou primo que teve diagnóstico de esquizofrenia? Pois é, ele ainda está lá. Apesar da doença a pessoa estará lá; esta pessoa vai continuar gostando de ver os amigos, gostando de jogar com os amigos, gostando de receber atenção e carinho da família. Não se afastem da pessoa que se tornaram esquizofrênicas pois elas vão precisar de afeto e compreensão. Afeto, amor e compreensão são tão importantes quanto os remédios!

Aos familiares, aos próprios paciente e aos amigos de pacientes com esquizofrenia, recomendo que conheçam a ABRE (Associação Brasileira de amigos e parentes de pacientes com Esquizofrenia) – abrebrasil.org.br- Eles lutam para melhorar a qualidade de vida das pessoas com esta enfermidade e de seus familiares, defender seus direitos, tentam eliminar o estigma, disseminar informações e promover o diálogo sobre a natureza e tratamento da esquizofrenia. Desde sua formação a ABRE reuniu pessoas que possuíam algumas crenças comuns. A primeira delas fundamenta-se no princípio de que o ser humano é muito maior do que a doença e é na compreensão de suas forças e potenciais que podemos alcançar a melhoria de sua qualidade de vida!

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