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Confusão com o nome do remédio

Atualizado: 16 de mai. de 2019

Hoje vamos conversar sobre os nomes das medicações. Confusão com os nomes dos remédios é bastante comum e, convenhamos, os nomes são difíceis mesmo. Não bastasse ser um nome complicado, um mesmo princípio ativo pode receber vários nomes, cada um mais esquisito que o outro. Vejamos: Prozac, Verotina, Daforim, Fluxene, Psiquial, Prozen, Eufor, Depress ...todos estes nomes se referem à fluoxetina!


Para esclarecer essa bagunça vamos começar pelo início. Existem 3 grupos de nome para cada medicamento:

A) Os nomes das substâncias. Este é o nome químico da molécula que obedece às normas internacionais de nomenclatura na química industrial.

B) Os nomes de referência. Este é aquele nome inventado pelo laboratório que financiou as pesquisas, descobriu a molécula e a patenteou. O laboratório batiza o fármaco com um nome “mais comercial” e com o poder da patente ele impede que outros laboratórios copiem a molécula por vários anos.

C) Nomes de similares. Quando a patente expira outros laboratórios podem copiar a molécula e cada um batiza o fármaco com um nome comercial diferente e chamativo.

Vamos ver alguns exemplos:



Observe então que para cada substância existe somente um nome de referência, pois representa aquela empresa que descobriu a molécula. Mas para cada um destes podem existir vários nomes similares que representam as empresas concorrentes que reproduziram ideia.


Medicamento genérico é aquele que apresenta apenas o nome da substância (aquele nome químico) e a letra G (símbolo do genérico) na embalagem. Os genéricos também são produzidos após a queda da patente e, ao menos na teoria, deveriam ser de preço mais acessível, pois não veiculam marca alguma. Não discutiremos aqui se genérico é melhor que similar ou se similar é inferior ao de referência uma vez que só este ponto já da um livro inteiro. O assunto de hoje é sobre nomenclatura dos fármacos.

Quem bate o martelo sobre o nome no fim das contas é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os laboratórios podem mandar 3 opções criativas de nomes para a ANVISA, e ela determina a melhor opção das 3, ou proíbe as 3 e devolve ao laboratório, que então tentará novas opções. Para isso a agência considera que o nome de medicamento deve, preferencialmente, ser composto por uma única palavra, e sua pronúncia deve guardar relação direta com sua grafia. O nome pretendido deve ser diferente (gráfica e foneticamente) de outros medicamentos já registrados. Existem muitas outras regras como por exemplo:

1-Proibir palavras ou expressões que possam induzir ao entendimento de que o medicamento seja inócuo, natural ou com reduzidos efeitos colaterais (por exemplo um antipisicótico chamado Naturavida).

2-Proibir palavras ou expressões que valorizem uma ação terapêutica, que possam induzir o consumidor a entender que tal medicamento teria efeito terapêutico (por exemplo um calmante chamado Acalme).

Alguns remédios com registro antigo, antes do ajuste de normas, ainda possuem nomes simples.



Todas estas regras, ainda que confusas, objetivam a proteção do consumidor. Vedar o registro de produtos com nomes semelhantes, tanto na forma de escrever (grafia) quanto no som da pronúncia da palavra (fonética) minimiza a possibilidade de troca do medicamento. Em média, 50% dos nomes propostos pela indústria não são aprovados inicialmente pela Anvisa, que dá um prazo de até 120 dias para que as empresas apresentem novas identificações. A maioria dos fabricantes fazem nova proposta, mas anualmente cerca de 10 processos não são atendidos ou finalizados devido à semelhança de nome comercial.

A meta é nos proteger, mas o efeito colateral destas regras todas é que os nomes dos remédios ficarão cada dia mais bizarros e difíceis de pronunciar. Só nos resta treinar a língua e prestar bastante atenção.

Isso pode ser muito confuso e por isso consultar um especialista no assunto (especificamente um psiquiatra) é muito importante.


Não deixe de conhecer nosso site: www.espacoseretinas.com.br


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